Pedido de recuperação judicial da Americanas atinge mais de 60 credores de Campinas

Para manter fluxo de caixa e pagamentos, empresas afetadas devem busca auxilio com agentes de fomento e bancos

Campinas, 06 de fevereiro de 2023 – O pedido de recuperação judicial feito pela Americanas, diante da crise vivida pela empresa varejista, atingiu pelo menos 60 empresas de todos os portes da cidade de Campinas. O número de credores listados foi levantado pela AG Antecipa, com base na lista apresentada pela empresa às autoridades. As empresas afetadas pela concordata, como locadores de imóveis e fornecedores, podem enfrentar problema de caixa ao longo dos próximos meses.

Alexandre Guimarães, sócio da AG Antecipa, de Campinas, explica que o valor da dívida em aberto com os credores de Campinas e região pode acarretar problemas. “As pequenas e médias empresas, principalmente, que não estiveram capitalizadas para enfrentar este período sem pagamento, possivelmente vão enfrentar dificuldades futuras com caixa para pagamento de fornecedores e funcionários”, alerta.

A dívida total da Americanas, uma das cinco maiores da história do país, está estimada em R$ 47,9 bilhões, atingindo 7,7 mil credores, segundo lista anexada ao processo de Recuperação Judicial enviado pela varejista no último dia 19 à Justiça do Rio. Desse total, 958 são micro e pequenas empresas, pequenos fornecedores, com dívidas que somam R$ 109,5 milhões. Entre eles, estão distribuidores de frutas e brindes até vendedores de produtos de limpeza.

Especializada em antecipações de crédito, a AG Antecipa ainda não sentiu reflexos das empresas regionais em busca por alternativas para reforçar o caixa. “Mas isso deverá ocorrer nos próximos meses, a partir do momento em que esses credores começaram a ter problemas de fluxo financeiro para saldar seus compromissos com seus fornecedores e funcionários”, afirma o executivo da AG Antecipa.

Alexandre Guimarães acredita que as instituições financeiras tradicionais, bancos, passarão a ser mais seletivas na hora de analisar os pedidos de créditos por parte dos clientes, o que para ele é normal. “O que observamos é que as taxas de juros já começaram a subir para estas linhas”. “Empresas com algum tipo de restrição deverão buscar auxílio em outras instituições para se manterem vivas e as empresas de fomentos terão um papel importante para ajuda-las neste período, tanto para manter as portas abertas, como manter os empregos”.