Comer fora de casa teve alta de 0,49% em fevereiro, contra 1,12% da alimentação no domicílio
Restaurantes reduzem margens e buscam soluções para manter rentabilidade, aponta a Abrasel
Campinas, 14 de março de 2024 – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro revelou que bares e restaurantes vêm segurando os preços. Enquanto a inflação da alimentação dentro de casa registrou aumento de 1,12%, a inflação nos bares e restaurantes foi de apenas 0,49%. No acumulado do ano, a alimentação no domicílio teve um aumento de 2,95%, enquanto os estabelecimentos de alimentação fora do lar registraram uma inflação acumulada de 0,74%. O índice geral de inflação no ano está em 1,25% – em fevereiro a alta foi de 0,83%.
Para manter os preços, absorver repasses de custos e manter a rentabilidade dos negócios, restaurantes e bares optam por revisar cardápio, modelo de negócio e novas soluções gerenciais.
Uma pesquisa realizada pela Abrasel em fevereiro mostrou que cerca de 40% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 51% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação. Isso demonstra o esforço do setor em manter a acessibilidade para os consumidores, mesmo diante de desafios econômicos.
Quanto aos preços de alimentos e bebidas, principais insumos do setor, houve uma alta de 0,95% em fevereiro, acima do índice geral de inflação. Além disso, houve uma variação na inflação entre diferentes tipos de produtos: a refeição registrou uma alta de 0,67%, enquanto o lanche teve uma alta mais tímida de 0,27% no mesmo período.
Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas, com abrangência em mais de 40 municípios do interior de São Paulo, conta que o maior desafio hoje do setor é manter a demanda, rentabilizar os negócios pagar as despesas e todos os custos do legado da pandemia. “Se você aumentar os preços com repasses, vai ver cair a quantidade de clientes nos estabelecimentos”, conta.
“É uma equação difícil de ser resolvida, mas que os estabelecimentos estão conseguindo fazer. Ou com redução de margens, com eventual prejuízo ou implantação de soluções interessantes, que fazem com que a rentabilidade se mantenha mesmo com a inflação dos alimentos”, completa.