Associação propõe ações conjuntas Recentes interdições levam a Abrasel RMC a criar um plano para acabar com os problemas

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel RMC) está preocupada com as recentes interdições de estabelecimentos em Campinas por parte da Vigilância Sanitária e criou um plano de ação para pôr fim aos problemas. De acordo com os órgãos públicos, o fechamento dos bares e restaurantes tem preocupado os empresários.Por conta dos problemas, a diretoria da entidade vai propor um encontro com representantes do setor de fiscalização da Prefeitura Municipal e do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa). O objetivo é buscar ações conjuntas para equacionar problemas e levar informações sobre as normas e legislações sanitárias vigentes aos empresários.Como entidade representativa do setor gastronômico, responsável por mais de seis mil empregos diretos na cidade, a Abrasel RMC vem acompanhado os acontecimentos e as ações dos agentes públicos. “A Associação está solidária com os estabelecimentos do setor, tendo em vista a sua importância para a economia e a geração de empregos”, explica Matheus Mason, presidente da Abrasel RMC.De acordo com Mason, o fechamento das casas gera enormes prejuízos financeiros, para a imagem do estabelecimento e para a gastronomia da cidade. “Isso não é bom para nosso setor e nem pra Campinas! É preciso pensar nas consequências turísticas e nos interesses de novos investidores”, argumenta.O presidente afirma que é função da entidade defender o setor, no entanto, salienta que tem de haver consciência e, por princípio, a obrigação de reconhecer os direitos do consumidor e a legislação vigente e buscar orientar os associados para que cumpram com suas obrigações legais, seja pela formalidade dos negócios, zelando pela imagem institucional e especialmente pela saúde pública. “Por mais que estejamos solidários aos empresários neste momento, vale destacar que os fiscais da Anvisa estão aplicando dispositivos legais e sua omissão é considerada prevaricação”, acrescenta.Para ele, a legislação que versa sobre o funcionamento de empresas do ramo é extremamente complexa. Muitos empresários, pela rotina intensa, desconhecem todas as exigências e os detalhes. “Recomendamos a todos os associados que revejam seus procedimentos internos, com a contratação de uma assessoria especializada para checagem e correções de eventuais irregularidades, contratação de um profissional de nutrição, para o devido acompanhamento da rotina, e dos cumprimentos das exigências das leis”, elenca.Ele diz que a Abrasel RMC está procurando entender melhor o que vem acontecendo e já está buscando junto às autoridades sanitárias do município um canal de diálogo para que possa buscar soluções conjuntas. “Nossa entidade irá propor à Vigilância Sanitária um encontro junto aos empresários para termos mais esclarecimentos de como funciona a legislação. Dessa forma, poderemos corrigir eventuais falhas e evitar novos casos de interdição”, adianta. Vistorias da Vigilância interditaram duas casasA Vigiância em Saúde interditou, no dia 4 de fevereiro, o restaurante Le Troquet, no distrito de Sousas, em Campinas, especializado na gastronomia francesa. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, houve denúncia anônima e, após uma vistoria pela manhã, foi constatado o uso de produtos vencidos e de alimentos sem procedência, além da falta de higiene e de boas práticas no restaurante.Com isso, a Vigilância inutilizou produtos que estavam no estabelecimento e determinou realização de adequações e correções. Não há prazo para a reabertura, pois, segundo nota da Secretaria de Saúde, a reabertura está condicionada ao cumprimento das adequações.O restaurante justificou também que “a Vigilância solicitou a adequação das etiquetas de identificação de produtos conforme normas vigentes e esses foram os itens apontados que levaram ao fechamento da casa”.Diante disso, o Le Troquet respondeu, por meio de nota, que “imediatamente após o fechamento, toda a equipe passou a trabalhar para realizar as adequações indicadas pelos profissionais da Vigilância, bem como a contratação de profissionais como pedreiros, eletricistas e pintores para o quanto antes realizar as obras necessárias”. Não há previsão ainda de quando estas adequações serão concluídas.O Restaurante Rosário, que tem 70 anos, foi interditado no dia 7 de janeiro, após a Vigilância Sanitária apontar a necessidade de correções. O Departamento de Vigilância em Saúde constatou em vistoria a necessidade de substituição de itens, como lâmpadas e telas, a retirada de uma caixa de produtos sem o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), e algumas adequações estruturais. Um desses ajustamentos refere-se à instalação de uma pia em local determinado. Foram essas modificações que motivaram a interdição do estabelecimento.A proprietária do estabelecimento, Mariza Martinelli, explicou que não foram encontrados produtos vencidos ou estragados e que uma caixa de um tipo de alimento estava sem o selo do SIF, porém, que estavam em condições adequadas para o consumo. Por algum motivo, o selo não estava mais na caixa. Dez dias depois, após fazer as adequações solicitadas, o restaurante foi reaberto.

Escrito por:Francisco Lima Neto