Número de diabéticos no Brasil vem aumento e médica do Instituto Allezi recomenda que as pessoas devem redobrar os cuidados
País é o 5º do mundo em incidência da doença; No Estado de São Paulo, 78,8% da população tem diabetes tipo 2
Campinas, 26 de junho de 2023 – Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões, segundo dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). No próximo dia 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes, data importante para ampliar a divulgação dos cuidados com essa doença que pode causar sérios transtornos e até levar à morte.
Mundialmente, o diabetes se tornou um sério problema de saúde pública, cujas previsões vêm sendo superadas a cada nova triagem. Em 2000, a estimativa global de adultos vivendo com diabetes era de 151 milhões. Em 2009, havia crescido 88%, para 285 milhões. Em 2020, calcula-se que 9,3% dos adultos, entre 20 e 79 anos (assombrosos 463 milhões de pessoas) vivem com diabetes. Além disso, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1.
A crescente prevalência de diabetes em todo o mundo é impulsionada por uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. O aumento contínuo se deve, em grande parte, ao aumento do diabetes tipo 2 e dos fatores de risco relacionados, que incluem níveis crescentes de obesidade, dietas não saudáveis e falta de atividade física. No entanto, os níveis de diabetes tipo 1, com início na infância, também estão aumentando.
Segundo o Atlas, a crescente urbanização e a mudança de hábitos de vida (por exemplo, maior ingestão de calorias, aumento do consumo de alimentos processados, estilos de vida sedentários) são fatores que contribuem para o aumento da prevalência de diabetes tipo 2 em nível social. Enquanto a prevalência global de diabetes nas áreas urbanas é de 10,8%, nas áreas rurais é menor, de 7,2%. No entanto, essa lacuna está diminuindo, com a prevalência rural aumentando.
Outro dado recente divulgado pelo O Estudo Epidemiológico de Informações em Comunidade – EPICO, feito pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), indicou que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. A prevenção primária de fatores de risco para a condição, como aterosclerose, hipertensão, diabetes e dislipidemia são a principal forma de prevenir esses eventos. No entanto, um novo estudo revelou que a maioria dos paulistanos está com esses parâmetros fora de controle, mesmo mediante tratamento. No total, 96,2% dos paulistas apresentavam pressão alta, 78,8% diabetes tipo 2, 71,1% colesterol elevado e três quatros sobrepeso ou obesidade.
Para a doutora Aline Cristina Regis Almeida, clínica médica, geriatra e cuidados paliativos do Instituto Allezi, de Campinas, a melhor forma de se combater a Diabetes continua sendo a prevenção, com foco a evitar e cuidar da doença, além de uma busca ativa dos pacientes, seja na rede pública ou privada, fazendo o diagnóstico precoce e, consequentemente, reduzir as complicações.
“Mas, hoje, na minha prática, me questiono se os profissionais sabem realmente tratar, quando digo isso, é utilizar dos conhecimentos mais recentes, com medicações mais inovadoras ou até mesmo, iniciar insulina no momento certo (muitos tem receio de iniciar logo no diagnóstico). Além disso, os profissionais precisam focar na educação do paciente em relação a doença e tratamento. Muitos pacientes não têm ideia de nada”, alerta ela.
Apesar do crescente aumento de pessoas com diabetes, ela ressalta que as boas medicações de combate e tratamento à doença são pouco acessíveis à maioria das pessoas. “Além de fazer exames periódicos para o controle, as pessoas também devem investir em atividades físicas e uma refeição balanceada, que estão mais acessíveis a todos”, completa.